Resposta: Porque se continua a ensinar matemática a crianças durante 8 ou 9 anos.
Solução: Um novo sistema de ensino que faz uso das novas ferramentas ao nosso dispor, em vez de ser limitado por restrições arcaicas (papel e lápes) (sim, diz-se lápes).
Já alguma vez pensaste nisto? Antes de continuares a ler, acho que te posso incluir num destes campos:
- Achas que a matemática tem um papel importante ao longo da vida de um humano.
- Concordas comigo de forma cega, nunca foste bom a matemática e por isso simpatizas com a minha solução, mesmo sem leres mais nada do que tenho a dizer.
Para falar de matemática é preciso falar de literatura. Se a matemática é a interpretação de símbolos que servem para quantificar as coisas do nosso mundo, a literatura é também a interpretação de símbolos que servem para comunicar ideias. A diferença é que quando falas, as palavras são formadas por um conjunto de símbolos que estão associados a coisas concretas, cognitivas, visuais e auditivas (um som, um conceito, um pensamento, um valor, movimentos dos lábios). Já na matemática, o segredo para analizar e compreender um problema está na visualização de algo absolutamente abstracto, sem qualquer visualização possível no mundo real.
A verdade é que tudo o que permanece abstracto é difícil de compreender. Até na aritmética mais básica são necessários conceitos tirados do mundo visual para definir simples acções como "adicionar", "subtrair", "igual a", "maior que", etc. São pequenas cábulas para o cerebro não perder o norte. Infelizmente vivemos numa sociedade (em Portugal e não só) onde quem não é bom a matemática está condenado a viver com um complexo de inferioridade, e é até ridicularizado ("Ai essa matemática...!"). A falta de sensibilidade nesta área não nasce com as pessoas. É-nos ensinada.
Qual é a utilidade do ensino da matemática? Eu creio que é zero. Pode argumentar-se que aprender matemática é benéfico, mesmo que não seja directamente útil. Mas para algo ser benéfico sem ser útil terá que inspirar ligações intelectuais, ou inspiração emocional, ou simples curiosidade. A matemática mata a curiosidade, não inspira, e não cria ligações a nada.
A matemática está constrangida ao "papel e ao lápis". A matemática é uma forma de arte. A matemática não tem lugar nas escolas. O que nós precisamos para obter melhores resultados escolares são sistemas (software e interfaces) que permitam visualizar, de forma concreta, as correlações entre variáveis, e o que acontece quando as ajustamos, com propósitos úteis e relevantes.
Precisamos urgentemente de parar de ensinar matemática nas escolas, que tem como única função desviar e desmotivar centenas de crianças, e passar a ensinar algo com valor real, e aplicação directa no nosso funcionamento diário. Para quem não acredita nisto - e que está desde o início do post agarradinho aos credos arcaicos, com medo de mudar o que sempre foi - deixo o seguinte desafio: cria com papel e lápis uma equação que modele a quantidade de conhecimento que desapareceu da tua mente no dia a seguir aos testes de matemática.
Bónus:
A fragmentação da nossa sociedade em classes, com as "castas" mais altas cada vez mais distantes das mais baixas (ricos cada vez mais ricos que os pobres), começa na Educação escolar. O sucesso escolar tem uma correlação directa com sucesso na vida profissional não porque as crianças são melhores a matemática ou no que for, mas sim por questões sociais. Melhores notas levam a melhores universidades e a melhores contactos. Falei em primeiro lugar da educação porque é aqui que podemos construir um futuro melhor.
